
Confira a linha do tempo do Curso de Enfermagem na UFG
Da criação da FEN até os dias atuais
Há cinco décadas, um movimento silencioso, mas determinado, começava a ganhar forma nos corredores da Universidade Federal de Goiás: a mobilização pela criação de um curso de Enfermagem capaz de responder às demandas de saúde da população goiana e do Centro-Oeste brasileiro. Em meio ao cenário nacional de expansão do ensino superior na década de 1970, marcado também pela busca por maior equidade regional e fortalecimento das políticas públicas de saúde, surgia a semente da Faculdade de Enfermagem da UFG.
Fundada oficialmente em 03 de junho de 1975, por meio da Resolução nº 90 do Conselho Coordenador de Ensino e Pesquisa, a FEN/UFG iniciou uma trajetória pautada pelo compromisso com a formação ética, técnica e humanizada de profissionais da saúde. Seu surgimento se deu junto ao curso de Nutrição, ambos inicialmente vinculados ao Departamento de Clínica Médica da Faculdade de Medicina. Desde então, vem construindo uma história marcada pela excelência acadêmica, pela inovação no cuidado, e pelo compromisso com os princípios do Sistema Único de Saúde (SUS) e os direitos humanos.
Esta exposição, em comemoração aos 50 anos da Faculdade de Enfermagem, resgata essa trajetória desde seus primeiros passos. Por meio de documentos, imagens, depoimentos e marcos institucionais, convidamos você a acompanhar os caminhos trilhados por uma instituição que honra o passado, valoriza o presente e inspira o futuro. Uma história feita de mãos que cuidam, mentes que pensam e corações que lutam por uma sociedade mais justa e saudável.
História Compartilhada
Antes da criação formal do curso, a década de 1970 foi marcada por mobilizações e articulações internas na Universidade Federal de Goiás e entre profissionais da saúde do estado. O Brasil vivia um período de expansão do ensino superior e de interiorização das universidades federais, com ênfase na formação de profissionais para suprir as carências regionais, especialmente na área da saúde. Documentos e registros da época demonstram o crescimento da demanda por formação específica em Enfermagem na região Centro-Oeste, dando início a um movimento que culminaria na criação do curso na UFG anos mais tarde.
Em 3 de junho de 1975, a Universidade Federal de Goiás instituiu oficialmente o curso de Enfermagem, por meio da Resolução nº 90 do Conselho Coordenador de Ensino e Pesquisa. No mesmo ato foi criado também o curso de Nutrição, e ambos foram inicialmente vinculados ao Departamento de Clínica Médica da Faculdade de Medicina da UFG.

Em 20 de agosto de 1975, uma portaria assinada pelo reitor Paulo de Bastos Perillo nomeou a Comissão de Implementação dos cursos de Enfermagem e Nutrição, sob a presidência da enfermeira Irmã Presciliana Conceição de Araújo. Ela coordenou os trabalhos em conjunto com as enfermeiras Maria da Conceição Viana e Carlinda Campos Carvalho, e os professores Joffre Marcondes de Rezende (Faculdade de Medicina) e Fernando Luiz Kratz (Instituto de Ciências Biológicas).
O primeiro Projeto Pedagógico Curricular (PPC) do curso refletia uma proposta de formação sólida e interdisciplinar. Com cerca de 4.000 horas de carga horária, a matriz curricular era centrada nas ciências biológicas, com disciplinas como anatomia, fisiologia, microbiologia, enfermagem clínica e cirúrgica, saúde materno-infantil, além de psicologia, sociologia e ética.
A metodologia adotada era tradicional e expositiva, marcada pela hierarquia entre professores e alunos. O estágio supervisionado era concentrado no Hospital das Clínicas da UFG e a visão de saúde predominante ainda seguia o modelo biomédico hospitalar, anterior ao SUS.
Em março de 1976, foi realizado o primeiro vestibular específico para os cursos de Enfermagem e Nutrição da UFG. O curso de Enfermagem ofereceu 40 vagas e recebeu 298 inscrições, o que resultou em uma média de 7,45 candidatos por vaga. Já o curso de Nutrição ofertou 15 vagas, disputadas por 223 candidatos, alcançando uma média de 14,86 candidatos por vaga. Todas as vagas foram preenchidas.
Os estudantes ingressantes foram matriculados nas disciplinas do ciclo básico comum das Ciências Biológicas, e o início da formação profissionalizante ocorreu posteriormente. Ainda em agosto de 1976, foi aprovada a Resolução nº 08 do Conselho Universitário (Consuni), que criou oficialmente os cursos de Enfermagem e Nutrição, com efeito retroativo a 26 de junho de 1975, consolidando a institucionalização dessas formações na UFG. No ano seguinte, março de 97, foi contratada a primeira secretária dos cursos de enfermagem e nutrição, Luzia Aparecida, que está no cargo até os dias atuais.
Em dezembro de 1979, o curso de Enfermagem da UFG atingiu um marco fundamental: a formatura da sua primeira turma, composta por 16 alunas, que receberam o grau de bacharel em Enfermagem. A turma recebeu o nome de “Turma Irmã Presciliana Conceição de Araújo”, em justa homenagem à principal articuladora da criação do curso. No mesmo ano, o curso foi reconhecido oficialmente pelo Ministério da Educação, através da Portaria MEC nº 1.225, de 10 de dezembro de 1979, consolidando-se como curso superior pleno e regularizado.

A década de 1980 marca o início da atuação da FEN/UFG na formação além da graduação, com a criação de seu primeiro curso de especialização lato sensu. Essa iniciativa se insere no contexto da Reforma Sanitária brasileira, antecipando os debates que resultariam na criação do SUS. O curso fortaleceu o compromisso da instituição com a formação técnica, ética e política de profissionais de saúde, e consolidou sua posição como referência em educação continuada e saúde coletiva.
Durante os anos 80, a FEN/UFG ampliou seus campos de estágio, saindo dos limites do Hospital das Clínicas e alcançando Unidades Básicas de Saúde, hospitais especializados e territórios comunitários. Essa descentralização do ensino fortaleceu a proposta de uma formação integral e humanizada, em sintonia com os princípios emergentes do SUS e da equidade em saúde. Foi um período marcado por revisão curricular, integração ensino-serviço-comunidade e fortalecimento da extensão universitária.
Em 23 de dezembro de 1981, os cursos de Enfermagem e Nutrição, antes vinculados ao Departamento de Clínica Médica, foram reunidos para formar o Departamento de Enfermagem e Nutrição da Faculdade de Medicina. Essa estrutura evoluiu para a criação da Faculdade de Enfermagem e Nutrição, formalizando uma nova etapa administrativa e acadêmica.
No ano consecutivo, a unidade teve sua primeira diretora academica, Iara Barreto. Nascida em 4 de agosto de 1946, no Rio de janeiro (RJ), a graduada em nutrição (1972), administrou a unidade do ano de 1982- 1986. O segundo mandato administrativo da faculdade foi comandado pela graduanda em enfermagem, Norma Leão Gonçalves (1987-1990), natural de Rio Verde (GO). Nascida em 12 de outubro de 1940, a gestora cursou seu curso pela Escola de Enfermagem Cruzeiro do Sul, em sua cidade natal. A enfermeira faleceu em 14 de julho de 2022.


Em 1987, foram iniciados os projetos para construção de uma sede própria. Os arquitetos Domitília A. Mendonça e Marco Antônio de Oliveira desenvolveram o projeto arquitetônico com foco em espaços de acolhimento, convivência e aprendizagem. A estrutura foi pensada para refletir os valores da enfermagem: cuidado, proteção, educação e acolhimento — transformando o prédio em um verdadeiro espaço de saber e vínculo com a comunidade.
A promulgação da Constituição Federal de 1988 e a criação do Sistema Único de Saúde impactaram diretamente a formação em Enfermagem. A FEN/UFG reestruturou seus currículos e cenários de prática, alinhando-se às novas diretrizes de saúde pública, como universalidade, integralidade e participação social. A atuação da FEN passou a incorporar com mais força o cuidado fora do hospital e a formação voltada para o trabalho em rede, em múltiplos níveis de atenção.
Em 1989, foi criada a Liga de Hipertensão Arterial da UFG, um projeto inovador de ensino, pesquisa e extensão idealizado em parceria entre a Faculdade de Medicina e a Faculdade de Enfermagem. Sob a liderança dos professores Paulo César Veiga Jardim (FM) e Ana Luiza Lima Sousa (FEN), a Liga se consolidou como um importante espaço interdisciplinar. Décadas depois, em 2024, essa iniciativa evoluiria para a criação da Unidade de Hipertensão Arterial (UHA).
Após anos funcionando em estrutura compartilhada com a Faculdade de Medicina, a FEN/UFG passou a contar com prédio próprio em agosto de 1990. O novo espaço, concebido pelos arquitetos Domitília A. Mendonça e Marco Antônio de Oliveira, priorizou ambientes de acolhimento, circulação e aprendizado, reforçando os princípios do cuidado e da convivência. A mudança representou um marco de autonomia institucional e simbólica na trajetória da unidade.
O ano de 1991 marcou a criação do NEPIH (Núcleo de Estudos e Pesquisa de Enfermagem em Prevenção e Controle de Infecções Relacionadas à Assistência à Saúde), fundado pela Profª Drª Milca Severino Pereira. Pioneiro na região Centro-Oeste, o NEPIH desenvolve pesquisas, formações e ações de extensão voltadas à segurança do paciente e ao controle de infecções hospitalares. Sua trajetória reflete o compromisso da FEN/UFG com a ciência aplicada ao cuidado e à melhoria dos serviços de saúde. Neste mesmo ano, a nutricionista Iara Barreto, retornou a diretoria da Fenut (1991-1993). Sucedendo a sua segunda gestão, a unidade teve como diretora Milca Severo Pereira (1994-1996).
FEN

Em dezembro de 1996, os cursos de Enfermagem e Nutrição, até então reunidos na Faculdade de Enfermagem e Nutrição (FENUT), foram administrativamente separados, originando duas unidades autônomas: a Faculdade de Enfermagem (FEN) e a Faculdade de Nutrição (FANUT). Essa divisão marcou o início de um novo ciclo de desenvolvimento institucional, com projetos pedagógicos próprios, estruturas administrativas independentes e um fortalecimento da identidade acadêmica de cada curso.
A primeira diretora da Faculdade de Enfermagem da UFG foi Milca Pereira, natural de Itarumã (GO) e nascida em 6 de janeiro de 1955. Sua gestão ocorreu entre 1996 e 1997, período em que contribuiu para a consolidação da nova unidade. Após esse mandato, Milca Pereira assumiu o cargo de reitora da UFG, exercendo dois mandatos consecutivos, de 1998 a 2002 e de 2002 a 2006.

A liderança seguinte da FEN foi Maria Alves Barbosa, nascida em Hidrolândia (GO) no dia 1º de março de 1921. Formou-se em Enfermagem pela PUC Goiás em 1977, obteve mestrado em Enfermagem pela UFRJ em 1990 e doutorado em Enfermagem pela USP em 1994. Maria Alves ocupou o cargo de diretora da Faculdade de Enfermagem em dois mandatos consecutivos, entre 1998 e 2001 e entre 2002 e 2005.
Em 1999, a Faculdade de Enfermagem da UFG lançou a Revista Eletrônica de Enfermagem (REE), marcando um importante avanço na produção e divulgação científica da área. De acesso livre e fluxo contínuo, a REE consolidou-se como um periódico vinculado à FEN/UFG, com reconhecimento nacional e internacional, sendo afiliada à Associação Brasileira de Editores Científicos (ABEC) e indexada em diversas bases científicas. Desde sua criação, a revista tem contribuído para a disseminação do conhecimento e o fortalecimento da pesquisa em Enfermagem.
A especialização em enfermagem em Nefrologia no ano de 2000. O curso visa aprimorar o conhecimento e as habilidades do enfermeiro para atuar no atendimento a pacientes com doenças renais, desde a prevenção até o tratamento, incluindo a assistência em centros de diálise. Já em 2002, a unidade inaugurou a especialização em Terapia Intensiva, que é uma formação focada em aprimorar o conhecimento e habilidades de enfermeiros para atuarem em unidades de tratamento intensivo, tanto neonatal quanto adulto.
O curso de mestrado da unidade teve início em 2003, após aprovação em 2002, com o propósito de qualificar profissionais para a docência e a pesquisa, dentro da área de concentração "A Enfermagem no Cuidado à Saúde Humana". Desde a sua primeira avaliação trienal pela CAPES (2004-2006), o programa obteve conceito 4, refletindo seu compromisso com a excelência acadêmica. Nesse período inicial, o PPG-ENF/UFG já demonstrava potencial para se tornar referência nacional, promovendo a formação de massa crítica em enfermagem, com foco na produção de conhecimento científico voltado à melhoria da qualidade de vida da população.
No ano de 2004 foi criado a especialização em saúde da Família, que visa qualificar profissionais de saúde (medicina, enfermagem, odontologia, etc.) para atuarem na atenção primária à saúde, com foco na família e na comunidade. A especialização busca aprimorar conhecimentos, habilidades e competências para lidar com o indivíduo, a família e a comunidade no contexto da saúde, desde a prevenção até o tratamento.

Marcelo Medeiros, natural de Itamogi (MG) e nascido em 25 de outubro de 1961, é um enfermeiro com sólida formação pela USP e especialização em Saúde Pública. Sua atuação na Faculdade de Enfermagem (FEN) da UFG foi marcante, sendo o terceiro gestor da unidade e o primeiro - e, até o momento, único - diretor masculino, exercendo dois mandatos consecutivos de 2006 a 2009 e de 2010 a 2013. Além disso, ele está conectado ao Canta FEN - projeto criado pela professora Anaclara Tipple-, um evento cultural científico criado em 2006, que é um concurso de paródias focado na higienização das mãos, e que desde a 10ª edição, conta com a versão infantil Canta FEN Kids.
Durante a gestão do diretor da FEN, um marco importante para os estudantes foi a fundação da Associação Atlética Acadêmica Alzira Guanaes Dourado Rezende (A.A.A.A.G.D.R), conhecida como Venenosa, em agosto de 2007. Criada sob a presidência de Renato Santiago Costa Rodrigues e vice-presidência de Kelcy Anne Santana e Souza, a Venenosa nasceu com o propósito de fortalecer os laços e a representatividade dos estudantes do curso de enfermagem.
Em 2009, sob a gestão de Marcelo Medeiros, a Faculdade de Enfermagem da UFG alcançou um novo patamar com a criação do Doutorado em Enfermagem, aprovado pela CAPES em 2009. Esse programa, que consolidou a excelência da FEN, que já contava com o Mestrado desde 2003, teve sua primeira turma em 2010. Focado na área de concentração "Cuidado à Saúde Humana", com abordagem interdisciplinar, o doutorado visa produzir conhecimento científico, qualificar profissionais e fortalecer a enfermagem e a saúde no Brasil e na América Latina.
Complementar a esse avanço, janeiro de 2010 também marcou a criação do Núcleo de Estudos e Pesquisas sobre Cuidado e Saúde em Doenças Infecciosas (NECAIH). Este núcleo tem como objetivo central desenvolver estudos sobre epidemiologia, prevenção, controle e cuidados de enfermagem em doenças infecciosas, promovendo pesquisas, qualificando recursos humanos em todos os níveis e aproximando a universidade da comunidade por meio de ações de extensão em saúde.
Reestruturado em 2011, o Centro Acadêmico da Faculdade de Enfermagem, conhecido hoje pelo nome Andréa Ribeiro dos Santos, enfermeira que foi um grande exemplo de mulher, lutando junto ao movimento estudantil em prol das melhorias em nosso país, da educação livre e de uma universidade que atenda aos interesses do povo. Andréa lutou também pela permanência da Faculdade de Enfermagem no Setor Universitário quando foi cogitada a sua transferência para o campus Samambaia. Suas contribuições e grande caminhada foram interrompidas em um acidente automobilístico logo após finalizar sua graduação.

Natural de Uruaçu (GO), Virginia Visconde Brasil, nascida em 14 de julho de 1961, é enfermeira com sólida formação, incluindo graduação e licenciatura pela Universidade Federal de Goiás (1983), além de mestrado (1996) e doutorado (2001) em Enfermagem pela USP. Ela foi a quarta gestora da FEN e se consagra como a primeira egressa da casa a assumir o cargo de diretora da unidade.
Neste ano (2025) foi reconhecida como Docente Emerita, que é um título honorífico concedido a professores que se destacaram em suas áreas de atuação e contribuíram de forma significativa para a instituição. Este título é uma forma de reconhecer e valorizar o trabalho e a dedicação de profissionais que, com sua experiência e conhecimento, marcaram a história da universidade.

A professora Claci Fátima Weirich Rosso assumiu a direção da Faculdade de Enfermagem da Universidade Federal de Goiás (FEN/UFG) em 2018, tornando-se a quinta gestora da unidade. Natural de Aratiba (RS), Claci é graduada em Enfermagem pela Universidade Estadual do Oeste do Paraná (1985), mestre em Medicina Tropical pela UFG (2003) e doutora em Ciências da Saúde pela Universidade de Brasília (2008). Antes de assumir a FEN, ocupou funções de destaque na gestão universitária, como a coordenação do programa Street Sense e a Pró-Reitoria Adjunta de Extensão e Cultura da UFG, entre 2014 e 2017.
Sua gestão na FEN teve início com um forte compromisso com o fortalecimento do acolhimento estudantil e a modernização da infraestrutura física da faculdade. Um dos primeiros marcos de sua administração foi a criação do Ambulatório de Práticas Integrativas e Complementares em Saúde (AmbPIS), inaugurado em agosto de 2018. O espaço se tornou referência na oferta gratuita de terapias como acupuntura, auriculoterapia, Reiki, florais de Bach, ventosaterapia, entre outras, consolidando o tripé ensino, pesquisa e extensão na perspectiva do cuidado integral em saúde.
Em 2019, a FEN celebrou uma importante parceria internacional com o Instituto Confúcio de Medicina Tradicional Chinesa da UFG, criado a partir de um acordo com universidades chinesas. A parceria possibilitou a integração de saberes da medicina tradicional chinesa à prática acadêmica da Enfermagem, resultando na instalação do Centro de Diagnóstico e Tratamento de Medicina Tradicional Chinesa dentro da própria faculdade em 2023.
O ano de 2020 foi marcado pela inauguração da Ala Wanda de Aguiar Horta, em 11 de dezembro, em comemoração aos 45 anos da FEN. O espaço passou a abrigar todas as coordenações acadêmicas, fortalecendo a organização interna da unidade e homenageando uma das grandes referências da Enfermagem brasileira.
Nesse mesmo ano, a pandemia de Covid-19 impôs desafios inéditos à gestão da FEN. A professora Claci liderou, em articulação com outras unidades acadêmicas, um projeto aprovado pelo Ministério da Educação que resultou na implantação de tendas de testagem no campus da UFG, voltadas ao atendimento de profissionais da saúde e segurança pública. A ação foi completamente desenvolvida com recursos internos da universidade e envolveu atividades de testagem, monitoramento via teleatendimento e confecção de EPIs.
Em 2021, outro importante avanço foi registrado com a inauguração da Ala Florence Nightingale, em 28 de outubro. A nova estrutura transformou antigas salas de aula em espaços de ensino modernos, incluindo consultórios, ambulatórios, uma sala de vacinação e laboratórios de simulação realística com tecnologia de ponta. Também em 2021, foi formalmente criada a sala de vacinas, e a estrutura de atendimento em feridas foi fortalecida. Grupos de pesquisa, como o NEPIH, sob coordenação da professora Anaclara Tipple, e os liderados por docentes como Sheila Teles, Karlla Caetano e Marcos de Matos, passaram a contar com laboratórios mais adequados e estruturados.
Apesar das adversidades trazidas pela pandemia, a gestão da professora Claci se destacou pela capacidade de manter o ensino de forma síncrona, com apoio a estudantes por meio da disponibilização de computadores e tablets, e pela retomada segura das atividades práticas assim que foi possível. O protagonismo da FEN durante esse período rendeu reconhecimento nacional, com destaque em veículos como o Jornal Nacional e o Jornal Hoje.
Ao concluir sua gestão em 2021, Claci Rosso deixou como legado um conjunto significativo de ações voltadas à inovação no ensino, à qualificação da infraestrutura e ao fortalecimento do vínculo entre a universidade e a comunidade. Em 2022, ela assumiu a Direção Executiva do Instituto Verbena da UFG, responsável pelos processos seletivos da instituição, consolidando sua trajetória como gestora pública comprometida com a qualidade, a inclusão e a saúde coletiva.

Natural de Catalão (GO), a professora Camila Caixeta nasceu em 1º de abril de 1980. É graduada em Enfermagem pela Universidade Estadual Paulista (Unesp – Botucatu, 2001), mestre (2006) e doutora (2010) pela Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (EERP-USP). Antes de assumir a direção da FEN/UFG, atuou como diretora de Assistência Estudantil da Pró-Reitoria de Assuntos Estudantis (PRAE) entre 2018 e 2022, tendo ampla trajetória no cuidado com políticas de permanência, equidade e assistência no âmbito universitário.
Sua gestão à frente da Faculdade de Enfermagem teve início em 2022, marcada pelo compromisso com a valorização das pessoas, com a comunicação institucional e com a integração entre os diversos segmentos que constroem a FEN. Nesse mesmo ano foi criado o jornal interno Folha FEN, pensado como um espaço de diálogo, acolhimento, reconhecimento e fortalecimento dos vínculos entre docentes, técnicos e estudantes. A publicação passou a registrar as conquistas cotidianas da unidade e a refletir sobre os caminhos da Enfermagem e da universidade pública.
Em 2023, a FEN consolidou ainda mais sua vocação para a inovação em saúde com a instalação definitiva do Centro de Diagnóstico e Tratamento de Medicina Tradicional Chinesa em suas dependências. Vinculado ao Instituto Confúcio da UFG, o Centro foi incorporado às atividades do Ambulatório de Práticas Integrativas em Saúde (PIS), que completava, na ocasião, cinco anos de atuação. O espaço reafirmou o pioneirismo da FEN ao integrar saberes tradicionais, ciência e cuidado multiprofissional, ampliando o alcance da extensão universitária com impacto direto na comunidade.
O ano de 2024 foi marcado por expressivos avanços na estrutura de saúde da unidade. A Sala de Vacinas passou a integrar imunizantes do calendário nacional adulto e superou a marca de 36 mil doses aplicadas desde sua inauguração. O PIS também se fortaleceu, alcançando quase 4 mil atendimentos até o primeiro semestre de 2025. Os laboratórios de ensino e pesquisa receberam importantes investimentos por meio de projetos aprovados em editais competitivos, contribuindo para a modernização dos espaços e para o fortalecimento das atividades acadêmicas. O uso de simulação realística foi ampliado com a implementação do novo currículo de graduação, elevando a qualidade da formação prática em Enfermagem.
Outro marco do período foi o reconhecimento de profissionais que fizeram história na FEN. Em 2024, a universidade concedeu o título de Emérita à técnica-administrativa Ivete Santos Barreto e às professoras Elizabeth Esperidião, Virginia Visconde Brasil e Sheila Araújo Teles, juntando-se às já homenageadas Milca Severino Pereira (2010), Maria Alves Barbosa (2021) e Denize Bouttelet Munari (2021). As distinções representam a valorização de trajetórias que contribuíram decisivamente para o prestígio da FEN no cenário acadêmico e científico nacional.
Em 2025, a FEN/UFG promoveu importantes eventos científicos e comemorativos. Nos dias 7 e 8 de fevereiro, sediou o 1º Congresso Internacional de Enfermagem na Assistência Integral a Pessoas com Feridas do Estado de Goiás, com apoio da ADUFG e do COREN. O evento reuniu professores, pesquisadores e especialistas do Brasil, Espanha e Portugal, consolidando a vocação internacional da unidade.
No dia 3 de junho, ao celebrar seu cinquentenário, a FEN inaugurou a “Linha do Tempo”, uma instalação comemorativa que resgata os marcos históricos da instituição e valoriza as contribuições coletivas de docentes, técnicos e discentes ao longo de cinco décadas. A data reafirmou a importância da Faculdade como referência na formação de mais de duas mil enfermeiras e enfermeiros, 384 mestres, 172 doutores e aproximadamente três mil especialistas. Reconhecida nacionalmente pela qualidade do ensino, da pesquisa e da extensão, a FEN também se destaca pelo compromisso ético com os atendimentos em saúde, pela atuação na gestão universitária e pela formação de lideranças na saúde pública.
Com missão de formar profissionais com excelência para o cuidado à saúde humana, a FEN/UFG avança na sua visão de ser referência nacional e internacional na produção e disseminação do conhecimento científico. Em 2025, a Faculdade passa a contar com cooperação técnico-científica nos cinco continentes, com ênfase nas articulações com instituições do sul global. Esse movimento de internacionalização reforça o papel estratégico da unidade na formação crítica e reflexiva de profissionais comprometidos com a defesa do SUS e com os desafios globais da saúde coletiva.
Source: Comunicação da UFG