Professora da FEN realiza defesa de seu memorial acadêmico para promoção à classe E
Ação integra o processo de promoção à professor titular da carreira do Magistério Superior, da UFG
Por Jayme Leno
A vida é composta por ciclos que transformam as pessoas e suas trajetórias. No dia 28 de outubro de 2025, a professora Dra. Roxana Isabel Cardozo Gonzales iniciou um novo capítulo em sua carreira docente ao defender seu Memorial Acadêmico no auditório FEN/FANUT. A defesa integra o processo de promoção à classe E — Professor Titular — da carreira do Magistério Superior, conforme previsto pelo Conselho Universitário da Universidade Federal de Goiás.
Na elaboração do Memorial, a professora Roxana revisitou toda a sua trajetória até o momento atual, refletindo sobre o caminho percorrido e os aprendizados acumulados ao longo dos anos. Segundo ela, esse processo foi marcado por um profundo sentimento de gratidão pelo apoio recebido em suas propostas, ideias e trabalhos desenvolvidos nas áreas de assistência, ensino, pesquisa, extensão e gestão. “Foi uma caminhada marcada pelo compromisso com a Enfermagem, com o sistema de saúde, com a saúde das pessoas e com o ensino superior público — sempre pautada pela ética, pela responsabilidade social e pela busca constante pela qualidade”, destaca a docente.
A promoção à classe de professora titular é um dos momentos mais significativos da carreira docente. Segundo a docente, “alcançar a promoção à classe de professora titular é mais do que um marco administrativo. Representa, ao mesmo tempo, um reconhecimento e um autorreconhecimento do trabalho, das contribuições e da trajetória docente. Trata-se de um raro momento em que o professor é convidado a revisitar sua caminhada e refletir sobre as inúmeras atividades desenvolvidas no ensino, na pesquisa, na extensão e na gestão, apreciando o exercício da docência realizado com responsabilidade, dedicação, estudo contínuo, resiliência e compromisso inabalável com a educação pública de qualidade.”
Para ela, esse compromisso ultrapassa os limites institucionais e reafirma o papel transformador da universidade pública. “Penso que não podemos esquecer que o exercício da docência deve ser continuamente orientado por ações em defesa de uma formação ética, crítica e socialmente comprometida, de modo a fortalecer, de forma concreta, o papel transformador da universidade pública”, completa.
Trajetória
A trajetória da docente é fortemente marcada pela sua atuação no campo da saúde coletiva. A pesquisa foi fortemente voltada para a atenção a pessoas com tuberculose, especialmente entre populações em situação de vulnerabilidade. Roxana compartilha os principais aprendizados dessa atuação: “Minha trajetória na saúde coletiva com ênfase na atenção primária e na atenção a pessoas com tuberculose, especialmente junto a populações em situação de vulnerabilidade, foi marcada por aprendizados que transcendem o campo científico e alcançam dimensões humanas, éticas e sociais. Trabalhar nesses contextos permitiu compreender, de forma profunda, que o adoecimento não é apenas biológico, mas resultado direto de determinantes sociais, desigualdades estruturais e barreiras históricas que limitam o acesso à vida digna e ao cuidado em saúde.”
Ela ressalta que a escuta atenta e o reconhecimento das histórias e territórios das pessoas foram elementos fundamentais em sua trajetória: “Aprimorei minha capacidade de ouvir e acolher as pessoas, reconhecer suas histórias e compreender seus territórios são elementos fundamentais para, de alguma maneira, contribuir na construção de práticas de cuidado mais humanas, sensíveis, qualificadas e orientadas à realidade cultural e social das pessoas. Ao longo da minha trajetória compreendi que a produção de conhecimento deve estar alinhada a um compromisso ético-político com a equidade, com a defesa do Sistema Único de Saúde e com a promoção da justiça social, incluindo o direito à saúde.”
Internacionalização
Roxana tem contribuído ativamente para a internacionalização da FEN e para o fortalecimento de redes colaborativas de pesquisa. Sobre esse papel e o da cooperação científica na Enfermagem, ela reforça que esse processo vai além de uma estratégia institucional: “Penso que um ponto de partida para falar sobre a cooperação internacional seja acreditar na internacionalização — acreditar que ela fortalece a capacidade crítica dos profissionais no âmbito local, nacional e internacional, amplia horizontes de análise e consolida redes que impulsionam a inovação e a excelência acadêmica.”
A professora recorda com satisfação as experiências vividas nesse campo, especialmente durante sua atuação como presidente da Comissão de Internacionalização da Faculdade de Enfermagem. “Contribuí para ampliar oportunidades de diálogo acadêmico, mobilidade e cooperação científica, inicialmente com universidades da América Latina e, posteriormente, com instituições de outros continentes. Registro com alegria a capacidade de solidariedade, reciprocidade e cooperação do PPGENFS da FEN/UFG com suas instituições parceiras de ensino superior, destacando, em especial, a Universidade Peruana Cayetano Heredia, em Lima, Peru, na qual o PPGENFS contribuiu de maneira decisiva para a elaboração do curso de doutorado em Enfermagem, fortalecendo significativamente a formação acadêmica e a pesquisa na área”, afirma.
Para ela, a internacionalização também reforça a valorização das potências locais. “Essa trajetória me permitiu reconhecer e valorizar as potências do ensino, da ciência e da Enfermagem em cada contexto. Considero importante ressaltar que, para que a internacionalização seja efetiva, é imprescindível combinar rigor científico com sensibilidade cultural, criando caminhos inovadores que potencializem a formação, ampliem a pesquisa colaborativa e reafirmem o direito universal à educação e à saúde.”
Source: Comunicação FEN UFG
