
FEN promove capacitação de profissionais de saúde no continente africano
Ação está presente em Maputo e Nampula, cidades de Moçambique, e na cidade da Praia, capital de Cabo Verde
Por Jayme Leno

A Faculdade de Enfermagem da Universidade Federal de Goiás (FEN/UFG) está protagonizando um importante projeto de cooperação internacional que visa qualificar profissionais da área da saúde em países africanos de língua portuguesa. A ação que iniciou em maio se estenderá, a princípio, até novembro, envolve a capacitação de cerca de 90 profissionais de enfermagem em cidades de Moçambique e na Praia de Cabo Verde. Ela integra o projeto "Tecendo Laços", uma iniciativa de cooperação triangular entre países da América Latina, África e Europa, coordenado pela professora Roxana Gonzales, da FEN.
A docente está em Moçambique, onde lidera as atividades de formação nas cidades de Maputo e Nampula. Segundo ela, a iniciativa é fruto de uma cooperação entre nove instituições de oito países: Uruguai, Peru, Colômbia, México, Brasil, Portugal, Cabo Verde e Moçambique. "Esta proposta de trabalho surge visando contribuir com a qualificação destes profissionais que atuam na atenção primária de saúde, buscando melhores formas, abordagens e estratégias de atuação que contribuem de forma mais efetiva na melhora da saúde das pessoas, das famílias e das comunidades", destaca. Ela relata que os profissionais estão divididos em 24 em Maputo, 33 em Nampula e 33 em Cabo Verde.
A iniciativa contou com a participação da coordenadora em Maputo, Moçambique e as docente da FEN: Cynthia Assis de Barros Nunes em Nampula, Moçambique; Natália Del' Angelo Aredes e Suelen Gomes Malaquias na Praia, Cabo Verde. Natália enfatiza que o curso visa fortalecer o desenvolvimento de competências para aprimorar a atenção primária à saúde. "Alguns dos desafios apontados pelos enfermeiros são a falta de recursos humanos nos serviços de saúde, de insumos/equipamentos de saúde e poucas ações de educação permanente em saúde", aponta. Ela ressalta que “a participação dos enfermeiros foi notavelmente ativa em Cabo Verde, e segue com bons feedbacks dos participantes que participam de atividades diversas, mediados por tecnologia.”

A capacitação tem carga horária de 160 horas, com uma fase presencial já realizada e uma segunda etapa a distância, que será concluída em novembro. "Cada cenário de intervenção possui particularidades epidemiológicas e estruturais. Por isso, as estratégias pedagógicas são adaptadas à realidade local, sempre com base em metodologias ativas e processos dialógicos", detalha Roxana. Entre as práticas utilizadas estão atividades em pequenos grupos, construção de mapas mentais, jogos e elaboração coletiva de materiais.

A UFG é a instituição coordenadora do projeto, liderando os trabalhos com participação ativa de docentes da graduação e pós-graduação da FEN. "Nosso papel é articular e coordenar as ações com as outras sete instituições parceiras", explica Roxana. A rede internacional inclui pesquisadores de diversos países latino-americanos, além de Portugal e das instituições africanas. Natália ressalta a importância das vivências presenciais. "Conhecer um centro de saúde em outro país e conversar com os enfermeiros in loco foi um dos momentos mais marcantes. Essas trocas são essenciais para conhecer diferentes realidades e fortalecer os saberes", afirma.
O projeto "Tecendo Laços" prevê continuidade e expansão, com novas atividades de ensino e pesquisa entre os pesquisadores envolvidos. Para as docentes da FEN, iniciativas como esta são fundamentais para fortalecer a cooperação entre países que compartilham o português como língua materna. "Essa interação permanente permite descobrir potências de cada cenário e incorporar estratégias inovadoras, contribuindo de forma concreta para a prática profissional e para a melhoria da saúde global", avalia Roxana.
Para Natália, a experiência também amplia as possibilidades de futuras parcerias acadêmicas. "A troca de conhecimentos tem sido muito importante, com potencial de novas colaborações entre as universidades participantes. Esperamos impactar positivamente a realidade e melhorar a qualidade da atenção à saúde", conclui.

Fonte: Comunicação FEN UFG