Janeiro Roxo
Mês de prevenção e conscientização sobre hanseníase
Texto: Jéssica Santos
Dia 26 de janeiro é símbolo de uma data extremamente importante no combate a uma das batalhas mais desafiadoras no campo da saúde pública, o Dia Mundial Contra a Hanseníase.
A hanseníase, muitas vezes envolta em preconceitos e estigmas, é uma doença infecciosa que demanda atenção e conscientização para seu enfrentamento. No Brasil, o mês de janeiro se veste de roxo, simbolizando a luta contra essa enfermidade que, embora tratável e controlável, persiste como um desafio para a saúde pública.
A doença, ao contrário do que muitos ainda pensam, não é transmitida somente com simples contatos físicos pontuais. Longe disso, a sua contaminação se dá através de convívio diário e sem tratamento por um período de mais de dois anos. A hanseníase atinge principalmente os nervos, resultando em uma das primeiras sequelas notáveis: a perda de sensibilidade da pele. Consequentemente, movimentos são comprometidos, podendo levar, em casos mais graves, à amputação. O diagnóstico precoce é extremamente importante para reduzir a transmissão e prevenir incapacidades físicas permanentes.
O Brasil, infelizmente, continua a enfrentar um desafio considerável no combate à hanseníase, sendo responsável por cerca de 90% dos casos diagnosticados nas Américas. Em 2022, o Sistema Único de Saúde (SUS) incorporou três novos testes de apoio ao diagnóstico e um para detecção de resistência da doença, um avanço significativo na abordagem da hanseníase. Esses testes, agora em uso, fortalecem a capacidade de diagnosticar a doença precocemente, proporcionando maior eficácia no tratamento.
O mês de janeiro é marcado por diversas ações visando sensibilizar pacientes, familiares e equipes de saúde sobre a importância da busca ativa, destacando a prevenção, diagnóstico precoce, tratamento oportuno e a superação do estigma associado à hanseníase. Essas iniciativas visam não apenas tratar os sintomas, mas também quebrar o ciclo de estigma e discriminação.
A hanseníase, conhecida como "lepra" por muitos anos, enfrenta não apenas desafios físicos, mas também psicológicos. O medo, a ansiedade e a solidão são companheiros frequentes daqueles que lidam com a doença. A mudança do termo para "hanseníase" em 1995 reflete o esforço para reduzir o estigma associado à condição.
Por isso, no Janeiro Roxo, a conscientização sobre a hanseníase não é apenas uma questão de informação, mas uma jornada coletiva. É um chamado à ação, à quebra de estigmas e à promoção de uma sociedade mais justa e inclusiva.
Fonte: Comissão de Comunicação - FEN/UFG