Evento - Cultura Boe Bororo

Oficina apresenta saberes tradicionais da etnia Boe Bororo

Updated at 04/24/19 13:24 .

Evento faz parte do Nós por Nós, projeto da Coordenação de Inclusão e Permanência e Coordenadoria de Ações Afirmativas da UFG e foi realizado no dia 11 de abril, na Faculdade de Enfermagem (FEN)

Texto: Beatriz de Oliveira

Fotos: Natália Cruz

 

Saberes Boe Bororo foi o tema do primeiro Nós por Nós de 2019, realizado ontem, dia 11 de abril, na Faculdade de Enfermagem (FEN). O evento foi organizado por estudantes da etnia Bororo que estudam na Universidade Federal de Goiás (UFG), e que vieram da aldeia Meruri, localizada no município de General Carneiro, no Mato Grosso. Esse é um projeto realizado pela Coordenação de Inclusão e Permanência (CIP) em parceria com a Coordenadoria de Ações Afirmativas (CAAF). “É uma troca de conhecimentos, justamente para ativar o protagonismo dessas etnias e dessas comunidades tradicionais aqui na nossa Universidade”, explicou Suzane de Alencar Vieira, coordenadora da CIP. Marlini Dorneles de Lima, Coordenadora da CAAF e Claci Fátima Weirich Rosso, diretora da Faculdade de Enfermagem, também estavam presentes.

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O estudante Aílton José, que cursa Biologia, apresentou a organização espacial tradicional das aldeias (em formato circular), com a disposição dos diferentes clãs nelas. Ele explicou também a organização social e o parentesco; como a herança é matrilinear, as crianças recebem o nome e os enfeites referentes ao clã da mãe. Paulinho Ecerae Kadojeba, estudante de zootecnia, falou sobre os cantos (Roia) e as danças (Reruia) tradicionais. Daniela Kietaga, estudante de ciências econômicas, falou sobre os laços criados pelos nomes: “É muito importante você ter o nome para dar continuidade a sua família”, disse. “Quando você carrega um nome você carrega também as suas lendas, a história do seu povo. E é daí que vem o conhecimento do Bororo, de dar continuidade e transmitir para os seus filhos o que você sabe, de geração para geração”, complementou sua irmã, Jordana Rodrigues Ce Bororo, estudante de enfermagem.

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Sobre o valor dos cursos escolhidos por cada um e como eles pensam em colocar essa formação superior a serviço da aldeia Meruri, Aílton José respondeu que para eles, todos os cursos da UFG são importantes. Quando o último edital do UFGInclui foi aberto, ele foi um dos organizadores de um seminário na aldeia sobre os cursos disponíveis na Universidade, e a importância da diversificação das áreas de formação. “Eu optei pela Educação Física porque na aldeia não tem nenhum profissional formado nessa área, e pretendo formar para trabalhar lá mesmo”, disse Gonçalo Marques Kaoetaro. Daniela Kietaga disse que planeja fazer projetos de economia sustentável para ajudar a aldeia, sem que ela perca a sua essência. Por fim, Suzane declarou que aquele momento de compartilhamento cultural alimentou a sua esperança de uma UFG mais inclusiva e diversa.

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Source: Jornal UFG

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