Projeto Saúde Quilombola conclui etapa de coletas biológicas em 39 comunidades Kalunga

Texto: Eduardo Almeida

O projeto Saúde Quilombola: Cuidar para Resistir, desenvolvido pelo Núcleo de Estudos em Epidemiologia e Cuidados em Doenças Transmissíveis e Agravos à Saúde Humana (NECAIH) da Faculdade de Enfermagem (FEN) da Universidade Federal de Goiás (UFG) em parceria com o Governo de Goiás, concluiu neste mês de outubro a etapa de coleta de material biológico e realização de testes rápidos nas comunidades quilombolas do Território Kalunga. Desde junho deste ano, as equipes do projeto percorreram as 39 comunidades distribuídas nos municípios de Cavalcante, Teresina de Goiás e Monte Alegre de Goiás, promovendo ações de cuidado, escuta e integração entre universidade, serviços de saúde e comunidade.

A etapa contou com o apoio fundamental das gestões municipais e das secretarias de saúde dos três municípios, além da Secretaria de Estado da Saúde de Goiás, da Associação Quilombola Kalunga (AQK) e das lideranças locais, que contribuíram de forma decisiva para o êxito das atividades. O envolvimento da comunidade Kalunga foi essencial para garantir que as ações fossem conduzidas de maneira respeitosa, participativa e culturalmente sensível.

O projeto reúne docentes, técnicos e estudantes da UFG, que têm trabalhado de forma interprofissional na promoção da saúde e valorização dos saberes tradicionais. A iniciativa tem se destacado como um exemplo de integração entre pesquisa, ensino e extensão, fortalecendo a presença da universidade pública nos territórios quilombolas e contribuindo para a equidade em saúde.

Com o encerramento da fase de coletas, o projeto inicia agora a etapa de análises laboratoriais, que permitirá compreender melhor as condições de saúde das comunidades visitadas. Os resultados subsidiarão ações futuras e políticas públicas voltadas à atenção integral e ao fortalecimento do cuidado nos territórios quilombolas.

Para o próximo ano, estão previstas feiras comunitárias de saúde nas comunidades Kalunga, com oferta de serviços de prevenção, promoção e educação em saúde, reforçando o compromisso do projeto com o retorno social e o diálogo contínuo com as comunidades.

O projeto reafirma, assim, o papel da UFG e de seus parceiros institucionais na defesa da vida, no respeito à ancestralidade e na promoção da saúde como direito de todos e todas.