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Atualizada em 12/05/20 16:06.

Em tempos de pandemia, o dia 12 de maio é comemorado de forma especial pelos profissionais da Enfermagem

Texto: Caroline Pires

Uma luz de esperança iluminando o caminho em meio à desolação de uma guerra. Era assim que a precursora da Enfermagem moderna, Florence Nightingale, caminhava com sua lâmpada entre os leitos que recebiam soldados feridos pela Guerra da Crimeia. Não é sem razão que, em homenagem ao seu nascimento, o dia 12 de maio foi escolhido com o dia mundial da Enfermagem e do Enfermeiro, sendo marcante o ano de 2020 por comemorar o bicentenário de Florence, o que motivou a Organização Mundial da Saúde declarar este ano como o ano internacional da Enfermagem por meio da Campanha Nursing Now. A história, já conhecida por estudantes e profissionais de saúde, vem especialmente neste momento lembrar que em tempos de pandemia da Covid-19 a humanidade é convocada novamente a se atentar para a necessidade da adoção permanente de medidas sanitárias para a redução do avanço de inúmeras doenças, tudo sempre sob o olhar atento da Enfermagem.
A diretora da Faculdade de Enfermagem da UFG, Profa. Claci Fátima Weirich Rosso lembra que hoje no Brasil há cerca de 2 milhões de profissionais da área, entre enfermeiros, técnicos e auxiliares. “Esta enorme força de trabalho está na linha de frente no cuidado de pacientes no dia a dia do trabalho em unidades de saúde nos vários níveis, colocando muitas vezes as próprias vidas em risco neste processo”, reforçou a professora. Segundo o Observatório do Conselho Federal de Enfermagem o Brasil tem hoje mais de 13 mil casos e 98 mortes causadas pelo novo coronavírus em profissionais da área. 

Apesar da curva de crescimento na formação de novos profissionais nos últimos anos, o País ainda está abaixo na preconização da Organização Mundial de Saúde para que seja atingido o índice de 2 enfermeiros para cada 1000 habitantes, atualmente o nosso país conta com o coeficiente de 1.43. Neste momento, cada um está sendo convocado, assim como Florence Nightingale, a colaborar para o enfrentamento da doença.  “O cuidado aliado à competência e ao conhecimento científico tem sido a marca dos profissionais que se dedicam a Enfermagem e é isso que comemoramos no 12 de maio”, concluiu a professora.

 

Histórico de cuidar e ensinar a cuidar

Em sua vida, além do cuidado próximo com os pacientes em meio a precária situação de guerra, Florence Nightingale se dedicou ainda a produzir trabalho teórico estatístico de reconhecido valor na história da saúde e da Enfermagem. Seus trabalhos se perpetuaram após sua morte e foram utilizados inclusive pelo governo britânico em manuais para atendimento a feridos durante a segunda guerra mundial. 
Pensando no alcance de seus estudos, Florence Nightingale se preocupava com a disseminação de informações de cuidado em saúde e por isso alguns de seus folhetos eram escritos em linguagem simples para que pudesse ser compreendido pelo máximo de pessoas possíveis. Ela ainda criou em 1901, a Escola de Enfermagem da Inglaterra no Hospital Saint Thomas, em Londres.
Imortalizada pela Passagem da Lâmpada mantida como tradição nas Faculdades de Enfermagem por todo o mundo, a cerimônia em tempos de pandemia reforça algo tão fundamental e que muitas vezes é esquecido pela humanidade, o manter acesa a chama do conhecimento científico e do cuidado humano.

 

Formação profissional e produção científica

No ano em que comemora os seus 45 anos de criação, a Faculdade de Enfermagem da UFG se mantém sendo uma escola de excelência na formação de profissionais em Goiás. A diretora da Unidade Acadêmica reforça que o curso forma enfermeiros críticos e reflexivos, pautados para a atuação ética e humanista. “As atividades teóricas e práticas, presentes desde o início do curso, permeiam toda a formação do profissional, de forma integrada e interdisciplinar, visando desenvolver essas habilidades no contexto da integralidade da atenção, da humanização da assistência, da construção da interdisciplinaridade e do trabalho em equipe”, reforçou Claci Rosso. 
Já o Programa de Pós-Graduação em Enfermagem da Universidade Federal de Goiás (PPGENF-FEN/UFG) foi aprovado em 2002 e implantado em 2003, com o curso de Mestrado. Em 2009, foi aprovado o curso de Doutorado, que em sua última avaliação conquistou o conceito 5 na Capes. 

Projetos FEN/UFG
Nesse momento da pandemia COVID-19, a FEN/UFG está na coordenação de projetos de grande impacto na saúde desde capacitações, realização de testes, triagem e diagnóstico para trabalhadores de saúde e segurança pública, elaboração de cursos com temas referentes à pandemia, participação em projetos de solidariedade, produção de equipamentos de proteção individuais, entre outros.
A exemplo, como uma das coordenadoras do Projeto EPI/UFG, a vice-diretora da FEN, professora Luana Ribeiro, tem atuado de perto em capacitações e orientações para que os profissionais de saúde do estado possam trabalhar com mais tranquilidade diante da Covid-19. Graças a doações e trabalho voluntário, o projeto de extensão multidisciplinar espera entregar mais de 200 mil máscaras e 6 mil aventais para quem está enfrentando a doença no desempenhar da sua profissão. 
Segundo a professora, a união da Enfermagem a outras áreas do conhecimento só tem a colaborar nesse processo e desponta como alternativa viável e possível em meio a pandemia. “É preciso que a população tenha clareza que a ciência muda a história da humanidade. E sem dúvida é isso que estamos fazendo juntos neste momento com essa ação", frisou a professora. Saiba mais sobre o projeto.
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Em obra de Banksy, um menino brinca com uma boneca de enfermeira como super-heroína

Fonte: SECOM/UFG

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